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Bifurcação: February 2007

Bifurcação

Saturday, February 24, 2007

aconteceu

...de eu estar relendo textos que publiquei aqui nos últimos dias e perceber...

antes tarde que nunca, como diriam alguns.

mas percebi, e é isso que importa.

"mistério". se você prestar atenção vai perceber também.

uma dica? com uma palavra?

repetição.

sempre abominei esse tipo de muleta lingüística, mas aconteceu comigo, o que deve significar qualquer coisa, já que, até, me chamou atenção.

a falha pode ser considerada como uso indevido pra compensar a falta de assunto, acho.

problemas dos tempos modernos...

aliás, pós-modernos...

pérai: tem uma definição ainda melhor da realidade que vivemos hoje e que já suplantou a tese do pós-moderno.

é o hipermoderno.

pelo que li até agora do lipovetsky, só posso dizer que o sujeito está coberto de razão e o que diz, pra variar em termos de filosofia, faz um sentido danado de sério.

vivemos tempos esquizofrênicos, não?

tempos em que 'todo mundo tem razão', a máxima de la rochefocauld, faz um sentido estranhamente real. não que de fato todos tenham razão, mas porque a briga é acirrada pra provar por a mais b pra quem quer que esteja atento que se tem razão.

e, pra além dessa característica, enquanto circunavegamos nosso próprio e inevitável umbigo, pregamos a solidariedade. de todas as coisas, a solidariedade.

é esquisito que em tempos de individualismo extremo se pregue como valor reconhecido socialmente o altruísmo.

Thursday, February 22, 2007

tarde

...demais pra voltar atrás e, mais simples que qualquer outra coisa, cair na cama pruma noite merecida de sono.

ao invés disso o desafio de encher lingüiça por mais uns minutos.

QUEDA ficou pronta ontem depois de uma crise nervosa (por causa dos paus constantes no editor de texto online) que durou quase duas horas. vou tentar revisar a história este fds, mas sem grandes esperanças, já que meus exemplares de BLACK HOLE e SIMULACRA devem estar em mãos até lá.

o artigo de que falei já está metade pronto. vou dar uma revisada na primeira parte por conta de tentar diminuir as diferenças de linguagem entre os colaboradores. depois tenho que meter as mãos na massa novamente pra revisar a segunda parte e fazer possíveis acréscimos. mais, é claro, a tentativa de deixar o discurso duplo mais modulado do que está no momento.

lendo as primeiras páginas de THE PRESTIGE me ocorreu uma idéia que posso não ter tempo de desenvolver sozinho mas quero fazer enquanto está fresca na cabeça.

além disso, o fim de A SCANNER DARKLY me abriu os olhos pruma outra história possível com seu brasil.

mais além disso ainda, tem alguns pontos que ficaram da v.1 de QUEDA em que pretendo mexer pra dar mais tempo de cena pra teto e vanessa.

o resto é conciliar o sono que ninguém é de ferro. exceto quem é, claro.

Monday, February 19, 2007

agora

deixei QUEDA no stand-by por enquanto porque apareceu coisa mais interessante em que fincar os dentes.

duas coisas mais interessantes.

a primeira é aquela notícia que já mencionei que vi na globonews e que tem tudo a ver com um personagem que criei pra ajudar no storytelling de O GRANDE JOGO no ano retrasado. seu nome é BRASIL e é relativamente fácil explicar o porquê. só que se explicar vou estar entregando o doce antes de contar a história e, sem história, não tem doce.

a segunda é um artigo em que venho pensando desde esse último fds e algumas trocas de email com os suspeitos de sempre. bom, talvez resulte em alguma coisa mais, pra além do que costumo postar aqui no BIF.

além disso quero tentar pra muito em breve uma reaproximação da minha nova história em prosa que ficou meio jogada às traças nas últimas semanas.

antes as coisas pareciam MESMO mais simples e o que quer que escrevesse era considerado meu melhor. mas antes eu era uma adolescente muito pouco criterioso e encantado com as palavras pra além do que é recomendável.

prefiro o aproach do lfv esses dias. quero fazer com que elas trabalhem pra mim e não vice-versa.

Thursday, February 15, 2007

fim outra vez

de semana, claro.

mais um assim e tudo deve se resolver.

depois de amanhã, só quinta... é, minha volta ao mundo secular não tem sido fácil ou suave. ter uma folga grande deve ajudar a restabelecer contato com o virtual e assim por diante.

além disso vou tentar aproveitar a oportunidade pra resolver QUEDA de vez e mergulhar um pouco mais na prosa que estou devendo a mim mesmo.

escrever aqui é legal mas não alivia a coceira de produzir prosa ficcional nem de leve.

acho que assim que voltar a pesquisar, minhas idéias a respeito do que fazer a seguir ficarão mais claras e estabelecer um ritmo de produção, mais fácil.

além disso tem trocentas outras coisas com que quero lidar assim que possível.

mexer novamente com experimentos estilísticos nos textos pra quadrinhos.

destilar melhor a prosa de modo a focar a linguagem na mesma proporção que o enredo da história.

coisinhas.

pequenezas que postas juntas podem me fazer melhorar o ato de escrever.

engraçado pensar em como minha abordagem é aleatória.

até hoje não consegui sistematizar a aproximação da narrativa.

já fiz outlines descrevendo a história toda em um parágrafo de 5 linhas, já fiz rafes de páginas, já fiz escrita automática... ainda não sei qual o melhor método de produção.

acho que é o que me ocorre no momento.

QUEDA está saindo do jeito antiquado mesmo. fiz um outline meio frouxo em que disse quais eram os elementos que gostaria que aparecessem no produto final e depois tentei dividi-los em páginas. na hora de fazer o roteiro de cada página, no entanto, o outline vai pras cucuias e escrevo a partir de como percebo a narrativa no momento.

nada complicado.

nada fácil.

só acontece desse jeito esses dias.

Wednesday, February 14, 2007

putz

meio de semana e eu aqui me mordendo pra que o fds chegue logo.

acho que hoje foi o dia mais cansativo do ano. se ontem dormi 3 horas a noite foi muito.

amanhã pilhas de assuntos do mundo secular pra resolver e talvez um pulo na livraria e na space box pra compensar.

isso sem contar, é claro, que tenho que estar em pé novamente daqui a aproximadas 4 horas e meia.

sem tempo pra pensar, mas avançando devagar nos propósitos de ler os livros contingenciais e escrever o roteirinho devagar... claro que se dessa vez, como da última, tivesse um outline da história pronto, tudo seria mais fácil.

mas elementos novos têm aparecido nos lugares menos esperados (até na globonews hoje) e pedem pra ser incluídos... daí minha insegurança quanto a fechar o outline e dizer 'é isso' sem alterações posteriores.

vamos ver.

prum primeiro tratamento até que a coisa tem se encaminhado organicamente.

pena que só isso não me satisfaz tanto quanto antes.

Tuesday, February 13, 2007

cara

não vou reclamar do sono, falou?

tá certo que poderia, com o retorno da rotina de levantar novamente todos os dias tão cedo a ponto de ver estrelas ainda no ponto de ônibus. dois dias... uma lua clara e sorridente e todo esse jazz.

de certa forma a idéia de ficar mais tempo acordado pode até me fazer bem, já que hoje escrevi mais uma página do roteirinho que, parece, vai continuar fluindo direito.

li umas besteiras.

andei pacas.

não assisti quase nada na tevê. só uma sessão da câmera dos deputados federais antes do almoço pra ajudar a digestão e manter os olhos abertos.

ainda quero dar uma passada de olhos em pelo menos mais um capítulo do k.dick e folhear gibi.

pesquisando material novo pra histórias curtas em revistas periódicas... sentindo falta de escrever mais prosa, mas não quero entrar numas de prolongar a agonia que tem sido IMITAÇÃO, quero tentar fazer narrativas com começo, meio e fim com, sei lá, 500 palavras cada.

produzir mais fora do modelo a que me acostumei, talvez.

Monday, February 12, 2007

página 1

hoje escrevi a primeira página do que deve ser minha primeira aventura romântica solo. em janeiro co-escrevi uma história do gênero com um final diferente do que quero dar à atual. na verdade, foi mais um experimento com o formalismo dos quadrinhos do que uma história romântica propriamente dita.

o título provisório da nova é QUEDA. tô tentando incorporar uns elementos pra que tenha um diferencial, mas só o tempo dirá se funciona ou não.

criei uns personagens novos só pra ela e tô usando um que apareceu pra mim ano passado quando estava bolando o primeiro (e único até agora) roteiro de MARCIAL.

duro é tentar fazer todas as idéias que tenho caberem em 6 páginas.

mas tudo bem. desde a facul que me notam pelo poder de síntese. ou preguiça. ou os dois.

fiz um esboço do material no sábado, no domingo fiz um outline das páginas mais ou menos como imaginadas inicialmente e agora comecei a escrever o roteiro de verdade.

tá sendo divertido e quero ver se consigo engrenar coisa nova quando tiver terminado esta porque não quero mais parar e procrastinar tanto quanto no ano passado.

talvez conhecer o elenco novo da novela hoje tenha servido pra me inspirar um tantinho.

só o tempo dirá.

Sunday, February 11, 2007

amanhã

começa tudo de novo.

não dá pra reclamar. aproveitei relativamente bem o tempo. li bastante (nunca o suficiente), escrevi outro tanto (mesma coisa) e ainda saí por aí pra olhar as personagens, eventos e pequenas tramas que agitam a beira da água.

muito bem acompanhado, diga-se.

assim como também me sinto nas melhores companhias possíveis quando online.

minha meta de ano-novo se manifestou (já era tempo) e decidi uma ou duas coisas que podem mudar o entendimento que tenho de mim mesmo. me conhecer melhor às avessas, acho. do jeito convencional já tentei.

agora a encrenca deve ser diferente porque vou tentar manter o ritmo de produção correndo paralelamente com o trabalho secular. espero me ver livre de pelo menos uma dor de cabeça que as férias costumeiramente depositam em minha porta toda vez que acho que posso relaxar.

focar mais no presente e tentar vivê-lo, de preferência, conseguindo me surpreender com os eventos e pessoas positivamente.

gosto dessa idéia.

o maravilhamento ficou jogado a um canto nessa versão atual do eu (cacófato)... vamos tentar revisar esse conceito. de vez em quando a reinvenção se faz necessária. é isso ou sucumbir ao tédio de viver todo dia a mesma perspectiva.

dummont era especial por perceber isso e tentar fazer com que funcionasse a seu favor.

Friday, February 09, 2007

discussão

hoje foi sobre, mais ou menos, as mesmas coisas de sempre.

você sabe... como alguns autores usam uma linguagem simples e eficaz pra comunicar idéias complexas e como outros usam linguagem complexa pra comunicar idéias simples e assim por diante.

coincidência: estou lendo A SCANNER DARKLY, do k.dick, que é um autor que admiro pelas idéias mais do que pela prosa. que não é ruim, diga-se. só não tem poesia, não tem trabalho de carpintaria. é direta, conta a história e pronto. as idéias te fazem pensar porque a prosa dele é capaz de comunicá-las.

james joyce é um animal completamente diferente e mereceria ser estudado como criador de novos códigos, assim como o brasileiro paulo leminsky principalmente em CATATAU. linguagem atordoante, idéias simples. ou nem tanto. a complexidade cabe muito bem aí, mas predomina a complexidade da linguagem mais que a das idéias.

nabokov tinha como tema recorrente a sexualidade de seus personagens e como eles eram afetados por ela. ainda assim, sabia usar a linguagem como ninguém e fazia com que tudo fosse mostrado no mais das vezes da perspectiva dos próprios, o que tornava tudo mais interessante.

imagino como seria ter um indivíduo com uma dependência química pesada sofrendo de dupla personalidade e, ainda, narrando a história. a linguagem tenderia pra qualquer coisa que sequer lembraria clareza.

claro que um ou outro truque narrativo podem se tornar úteis. por exemplo, A QUEDA, de camus, é narrada como se fosse um diálogo de que só tomamos conhecimento em parte, pois só uma voz narrativa está presente. uma conversa em que só podemos ouvir um dos interlocutores. a idéia principal é o truque narrativo, não o que é narrado.

por fim resvalamos pra comparação entre cinema e livros.

e lembrei que são mídias completamente diferentes com uma citação de clive barker... escrever um conto ou romance é masturbar-se. fazer um filme é participar de uma orgia. colaborar numa história em quadrinhos, então, deve ser como sexo convencional e consensual. rá!

as conclusões a que chegamos é que o cinema de autor é praticamente impossível, só ocorrendo quando a visão deste é muito forte, centralizadora e capaz de reunir uma equipe que a acate. demos nomes aos bois. o primeiro a ser mencionado foi o bom e velho hitch, claro, mas almodovar também foi citado. com ressalvas, acho, por conta de boatos que dizem que ele é mais facilmente influenciável. não na minha opinião. a mudança que se nota é derivada de amadurecimento. acontece.

Thursday, February 08, 2007

heróis

hoje vi o rafe da segunda página da história que escrevi ano passado e que dá nome a este post.

tá ficando muito bom, cortesia do sr. leonardo andrade.

tinha planejado fazer mil coisas diferentes hoje, mas sabe como é, a rotina prevalece.

antes de dormir quero tentar acelerar a leitura de uma pilha de livros que assumi a responsabilidade de consumir recentemente. é muita coisa e provavelmente não vou dar conta de ler tudo esta noite.

o que me faz lembrar daquela menção ao resgate cultural que está acontecendo enquanto a maioria das pessoas dorme.

tipo, estão construindo uma ciclovia aqui perto de casa. a rua é coberta por asfalto, como a maior parte das avenidas de santos e estão usando escavadeiras pra tirar parte dos paralelepípedos, terra etc do caminho antes de reformular o desenho da avenida. e desenterraram pedras que serviram pra cobrir o canal que antes corria a céu aberto.

engraçado.

não é da minha época, claro, mas é interessante.

assim como é interessante a reativação do bonde da cidade e a escavação que estão fazendo em algumas ruas pra resgatar as linhas já existentes...

e noutro dia assisti a uma entrevista com ruy castro em que ele falava que sua biografia de nelson rodrigues, O ANJO PORNOGRÁFICO, suscitou ou ressuscitou o interesse do público pela obra do dramaturgo, cronista e romancista carioca, sendo sucedida pela reedição de quase toda sua obra em prosa sob a direção de, adivinhem só, ruy castro.

um teatro caindo aos pedaços e uma escola que foi modernizada há 30 anos estão passando pelo mesmo processo aqui na cidade.

do teatro guarany só resta a fachada. o caso pede mais por uma pesquisa a fim de redescobrir como era a construção originalmente pra que se possa copiá-la. não tem muito o que resgatar.

a escola é um caso à parte. estão descobrindo, inclusive, azulejos que ficaram soterrados sob a nova camada de piso da reforma supra.

é um processo interessante... de repente passou-se a valorizar o passado, a resgatá-lo e a preservá-lo. o próximo passo lógico é dirigir essa energia pro meio-ambiente.

Wednesday, February 07, 2007

end

tanta coisa, tanta coisa.

juntei os .docs que compõem a gn de que tenho falado de uns dias pra cá e quero tentar aproveitar o que resta da semana pra fazer uma revisão monstro. algumas sugestões de pessoas que leram a história me abriram os olhos pra outras possibilidades em que não teria pensado sozinho.

mexi um pouco com o texto em inglês de FIM, minha colaboração mais recente com jean okada. falta bastante pra chegar numa tradução decente mas já tenho uma base a partir da qual melhorar.

tô cansado. cansado demais pra pensar em ser profundo ou fazer um mergulho no passado pra tentar desencavar fatos formadores de minha vida atual.

falando em passado, desencavar e outros bichos, hoje conversei um bocado sobre esse resgate cultural do passado. espero que não seja só mais uma moda e que se procure resgatar coisas boas, relevantes e não os mesmos erros de sempre.

Tuesday, February 06, 2007

deep

a idéia, então, é ir o mais fundo que der.

sem duplo sentido, por favor. basta o que já aparece naturalmente, enquanto digito sem pensar nas conseqüências...

o que me fez querer escrever originalmente, eis a questão. já nem sei mais. mas comecei a suspeitar que com entusiasmo e determinação poderia encontrar minha própria voz quando encontrei pela frente esse velho safado, charlie bukowski. ou charles. ou buck. ou henry chinasky, pai de meu personagem, jacó chinasky. é, jacó tem pai gringo, o fdp.

a impressão que bukowski dava da coisa toda era uma só: é fácil. basta ter ao lado cigarros e cerveja o bastante e escrever sobre o que te incomoda, fascina e assim por diante. é um jeito de fazer, claro, mas não o único.

não mais.

acho que já li o suficiente e posso falar que meus escritores preferidos não são os mais populares. gosto de idéias incomuns tanto quanto meu próximo, mas admiro também a execução, sabe? como as idéias são transpostas, o que se costuma chamar por aí de estilo.

nabokov é um dos que redescobri. esqueça lolita e a pecha de pedófilo que alguns pregaram no russo. leia ADA. leia PNIN ou FOGO PÁLIDO ou A DEFESA. o sujeito lida com metalinguagem como ninguém, usa truques narrativos que deve ter inventado por ocasião de cada livro que escreveu...

pynchon é outro. apesar de ainda não ter lido sua obra mais conhecida já me aventurei com pelo menos 3 de seus livros e sei que gosto do material. V (não o gibi, o livro que é mencionado no gibi) foi lido num perído talvez não muito adequado mas não poderia cair melhor em meu sistema digestivo-mental. VINELAND é a coisa mais paranóica e crítica a todas as neuras americanas em que você pode pôr os olhos.

borges e cortazar são insuspeitos, esses nossos colegas de continente.

por aqui, machado e graciliano, claro.

começou com bukowsky, mas antes li um punhado de ficção mainstream que serviu pra me levar aos livros ditos literários.

acho que é um pouco com isso que estou tentando lidar ao escrever IMITAÇÃO... essa coisa da diferenciação que se faz entre ficção mainstream e literária.

o importante no fim das contas é contar a história e saber se o leitor gosta dela ou não.

Monday, February 05, 2007

sem mais

foi um dia daqueles. acabou. agora, ao que interessa.

bittersweet sinphony toca ao fundo e penso se posso quebrar o molde a partir do qual fui feito e seguir em frente apesar de minhas origens.

o tipo de coisa que me perturba de verdade.

minhas origens e gostar de uma atividade oriunda das elites. quer dizer, todo mundo sabe que quem escreve a história geralmente ganhou a guerra e o fato de termos autores de classes sociais diferentes é um fenômeno recente.

a informação, parece, agora ganha das posses.

em casa não tinha biblioteca.

tinha bíblia.

não é a mesma coisa, ainda mais se você levar em consideração que a dieta de evangelhos e velho testamento era levada ao pé da letra, não interpretada e adaptada aos dias de hoje. não havia sabedoria possível no velho livro pra mim ou pra meus pais. só superei recentemente e em parte o ressentimento por essa criação exacerbadamente dogmática. culpo mais a ignorância do que seus agentes.

meu herói da infância não foi superman, mas sansão, que lutava contra os opressores de seu povo e tinha um quê de rufião.

chame de modelo masculino, se quiser.

sansão era tudo que eu tinha.

na escola bíblica dominical, pra quem não sabe, outro campo de doutrinamento dentro da igreja que eu freqüentava involuntariamente, a coisa não parecia muito melhor. a criatividade que eu tinha quando criança não volta mais, é uma pena, mas lembro de bons momentos em que minha imaginação ativa de menino de 5 anos desconsertou não só os 'professores' como até o bom e velho pastor que, acho, não era mal intencionado.

agora toca a thousand kisses deep e penso... não em leonard cohen, mas em johnny cash e sua cinebiografia. naquele momento definidor, naquele divisor de águas, quando ele é questionado a respeito do que tem realmente a oferecer de diferente.

acendo um cigarro em homenagem a ambos. pergunto se estou oferecendo meu melhor, ou meu pior, que seja... a verdade é que mais importa oferecer meu máximo.

estou voltando ao mundo real agora e espero ter companhia de verdade.

Sunday, February 04, 2007

achei

ultimamente muito do que tenho escrito sai no automático, minha cabeça está em outro lugar, minha concentração longe dos dedos e mais ainda das palavras que, em outra época, já me apaixonaram.

hoje, depois de ter assistido a um filme pela 3ª vez, caiu a ficha dum negócio que é dito ali e que simplesmente tinha sido deixado pra trás por mim e por muita gente mais.

deve ser a maldição de ter mais de 35.

de qualquer jeito, já sei que não é o vazio que me incomoda.

o vazio é legal, tem sua função, como na música que é composta também de silêncios.

o que me incomoda de verdade é a falta de objetivo. não de perspectivas, mas de objetivos.

acho, inclusive, que tenho um novo, agora que terminei com o grosso do trabalho de digitação e revisão de minha primeira graphic novel.

espero começar a desenvolver o conceito mais recente nos próximos dias. e fazer isso como deveria ter feito todas as outras coisas anteriores. sem mais tempo pra pensar a respeito de como os outros serão afetados.

sem pensar na conseqüência do meu manejo de palavras.

seguir o que minhas tripas indicarem, é tudo.

Thursday, February 01, 2007

vazio

pensando muito em coisas que possa contrapor ao vazio existencial que perturba minha produção no momento. apesar disso, terminei de digitar mais um capítulo da minha história longa e tô tentando planejar um aproach digno de IMITAÇÃO, que ficou abandonada lá no Labirinto.

coisas do mundo secular interferindo, como de costume, na produção real.

ainda tenho que mexer com livros hoje, daí a necessidade de escrever menos em meu querido diário eletrônico.

a vida depois de mutarelli não é fácil.

digo, encontrar material que tenha tanto a ver com hqs em prosa é difícil. material com o qual se identificar e que pode até se tornar meio que um paradigma pra outros autores que aparecerem depois.

comecei a ler o novo do palahniuk e, apesar de ser bom e apertar os botões certos dentro de meu cérebro, sequer se aproxima da graça do supra. tem muitos mais elementos com que se identificar no brasileiro do que no gringo.

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