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Bifurcação: discussão

Bifurcação

Friday, February 09, 2007

discussão

hoje foi sobre, mais ou menos, as mesmas coisas de sempre.

você sabe... como alguns autores usam uma linguagem simples e eficaz pra comunicar idéias complexas e como outros usam linguagem complexa pra comunicar idéias simples e assim por diante.

coincidência: estou lendo A SCANNER DARKLY, do k.dick, que é um autor que admiro pelas idéias mais do que pela prosa. que não é ruim, diga-se. só não tem poesia, não tem trabalho de carpintaria. é direta, conta a história e pronto. as idéias te fazem pensar porque a prosa dele é capaz de comunicá-las.

james joyce é um animal completamente diferente e mereceria ser estudado como criador de novos códigos, assim como o brasileiro paulo leminsky principalmente em CATATAU. linguagem atordoante, idéias simples. ou nem tanto. a complexidade cabe muito bem aí, mas predomina a complexidade da linguagem mais que a das idéias.

nabokov tinha como tema recorrente a sexualidade de seus personagens e como eles eram afetados por ela. ainda assim, sabia usar a linguagem como ninguém e fazia com que tudo fosse mostrado no mais das vezes da perspectiva dos próprios, o que tornava tudo mais interessante.

imagino como seria ter um indivíduo com uma dependência química pesada sofrendo de dupla personalidade e, ainda, narrando a história. a linguagem tenderia pra qualquer coisa que sequer lembraria clareza.

claro que um ou outro truque narrativo podem se tornar úteis. por exemplo, A QUEDA, de camus, é narrada como se fosse um diálogo de que só tomamos conhecimento em parte, pois só uma voz narrativa está presente. uma conversa em que só podemos ouvir um dos interlocutores. a idéia principal é o truque narrativo, não o que é narrado.

por fim resvalamos pra comparação entre cinema e livros.

e lembrei que são mídias completamente diferentes com uma citação de clive barker... escrever um conto ou romance é masturbar-se. fazer um filme é participar de uma orgia. colaborar numa história em quadrinhos, então, deve ser como sexo convencional e consensual. rá!

as conclusões a que chegamos é que o cinema de autor é praticamente impossível, só ocorrendo quando a visão deste é muito forte, centralizadora e capaz de reunir uma equipe que a acate. demos nomes aos bois. o primeiro a ser mencionado foi o bom e velho hitch, claro, mas almodovar também foi citado. com ressalvas, acho, por conta de boatos que dizem que ele é mais facilmente influenciável. não na minha opinião. a mudança que se nota é derivada de amadurecimento. acontece.

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