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Bifurcação: May 2007

Bifurcação

Wednesday, May 30, 2007

desejo

...necessidade, vontade.

era o estribilho de uma canção dos titãs, da época em que a banda ainda prestava e as letras eram escritas pelo arnaldo antunes, o poeta mais próximo de um concreta que apareceu depois do leminsky.

tô tentando pôr pra fora um pouco da minha necessidade de escrever contra todas as deprimências do cotidiano ridículo a que me vejo preso.

é rota de fuga, pelo menos por hoje, no momento presente.

de saco cheio de tanta gente que pensa que 'entende' todo o resto sem precisar se esforçar e desrespeita a visão alheia do que é importante em detrimento do que acha que é importante.

tento não fazer isso. às vezes falho, outras consigo. ao menos tento.

risinhos imbecis e escritos. detesto essa característica do texto escrito, particularmente do texto veiculado em tempo quase real na internet. se você pede a opinião de alguém sobre qualquer assunto que seja, não é educado rir da pessoa.

sou de um tempo em que a relatividade do que se diz a alguém e do contrário que se faz a essa mesma pessoa era tido como mau-caratismo. hoje em dia tá tão comum que dá raiva. e não tô falando de 'governo totalitário em sociedade distópica' não, porra! tô falando dos zés e marias-manés que povoam o mundo e têm essa atitude errática e arbitrária.

quando digo qualquer coisa tenho a consciência do que estou dizendo e dificilmente volto atrás no que digo. se volto e tenho consciência de que incorri em erro, me desculpo.

era o melhor dos tempos, como dizia dickens.

hoje em dia sou considerado bobo e ultrapassado por valorizar essas coisas minúsculas.

Tuesday, May 29, 2007

mapa

dizer que 'o mapa não é o território' é velho e sem graça, mas me vejo confrontando a mesmice desse pensamento toda vez que penso em como traduzir em linguagem verbal minhas emoções.

por serem abstratas.

estarão além do alcance da captura em frases (não) feitas? frases ainda por fazer?

co-relações entre os assuntos mais disparatados emergindo em momentos insuspeitos.

assincronicidades.

anamnésia.

pensamentos imperfeitos por estarem sendo eternizados com imprecisão. carência de uma linguagem apta a capturar nuances ainda não projetadas por outrem.

verborragia inconseqüente.

idéias soltas.

Monday, May 28, 2007

agonia

ou nó na garganta. aquele sentimento de indefinição que pode perturbar mais que consolar. agora.

agonia pode ser desagregadora. é interessante no sentido de mexer com o estabelecido. sacudir as bases. mudar as perspectivas.

preciso me concentrar ou desconcentrar novamente. me dei conta há pouco: quando me distraio as melhores idéias surgem. acesso direto ao campo não-local que rotulo, ainda, ideaspace.

me distraio com bichos de pelúcia e discursos fajutos, pratos exóticos (siri com chocolate, omelete de bombom, frango com leite condensado) e assim por diante.

tudo na tentativa de não pensar só dentro do molde.

não tem funcionado muito bem.

ainda preciso me desvincular da idéia que faço de pensar pra poder realizar essa tarefa num nível mais puro, talvez mais intuitivo.

cheio de informação e ao mesmo tempo...

Saturday, May 26, 2007

noções

deixando de lado toda e qualquer especulação metafísica derivada das leituras sobre, arrã, física e correlatos, tenho vontade, ou me parece que a tenho, não sei bem, de soltar um pouco as estribeiras e só me divertir com o teclado durante uns poucos minutos.

difícil porque todas essas questões supra ainda me atormentam e perseguem, mesmo agora, já quase entrado no torpor pré-sono mal administrado de dias, que se acumula e se acumula... fazer o esforço e só tentar me distrair com as palavras, sem a responsabilidade de depois lembrar do que escrev(i)o.

uma das proposições é pensar e/ou escrever usando o equivalente nacional do E-prime.

pra isso funcionar, eliminaria o uso de 'é'(e assim por diante) de qualquer discurso que fizesse em favor de uma linguagem mais operacional/pragmática.

observável.

proposta de um 'ezercício':

dizemos 'joão é raivoso'. isso é verdade? até que ponto? durante quanto tempo? com relação a que/quem?

em P(ortuguês)-prime, o mais adequado seria dizer:

'joão está raivoso no momento, às 0h30 do dia 27/05/07.'

legal, não?

eu, por exemplo, passei por aborrecimentos minúsculos essa semana que se acumularam a ponto de interferir na boa fruição de meu sono, geralmente saudável e abundante, de 4ª pra 5ª feira. 'estou magoado?' ou 'fiquei magoado de tal a tal dia da semana que passou?'

pra pensar.

Friday, May 25, 2007

incerteza

tava falando da diferença entre a física newtoniana (sim/não) e da física quântica (sim/talvez/não) lá pelas 9h00 de hoje (ou seria ontem?). a parte que interessa de fato é que o interlocutor estava prestando atenção, verdadeira raridade em meu campo de atuação.

me interesso por esse tipo de assunto desde o ginásio, mas só há pouco tempo tenho conseguido articular melhor minhas idéias a respeito.

um dos conceitos que mais curto é justamente esse que inseriu o 'talvez' no estudo de um negócio tão árido quanto a física.

o princípio da incerteza de heisenberg diz basicamente que o fato de observar determinada partícula altera o comportamento dela, tornando a observação questionável do ponto de vista logístico.

não vou entrar em detalhes e sei que é uma simplificação rudimentar, mas serve como argumento de sustentação pra uma outra tese que me interessa e que pretendo investigar em breve: o observador cria o objeto da observação.

pense só no que isso implica.

seria possível, assim, encontrar respostas pra koans.

propor que experimentos clássicos da física quântica fossem encarados como koans seria outra possibilidade.

pense no gato de schrodinger.

lacuna

não tenho um cigarro pendendo entre os lábios. ele está em seu devido lugar, no cinzeiro, junto com tantas outras guimbas fumadas. agora está entre os lábios e me esforço pra que a fumaça não entre em meus olhos, irritando-os.

percebi depois de ler os últimos posts que tenho sido lacunar na hora de escrevê-los, pra dizer o mínimo. escrever assim pra depois ler é mais ou menos como experimentar a visão de mundo de outra pessoa.

sim.

há pontos que são pensados mas não expostos. palavras que deveriam emergir e ficam só subjacentes. subtexto. entrelinhas.

e me pergunto: é interessante ler o processo pela metade? é legal estar no vácuo? dar o chute no vácuo com joelhada?

alguém quer saber, quer tentar adivinhar, é capaz de refazer os mesmos circuitos que meu cérebro já fez pra chegar no amálgama de palavras a que chegou na tentativa futil de comunicar o que quer que seja o assunto da vez?

é trabalho demais.

acho.

mas é o tipo de trabalho que compensa, que vale o esforço.

se não, quem leria thomas pynchon?

Thursday, May 24, 2007

resposta

lendo A FORTALEZA DA SOLIDÃO e lembrando de como era, como é e como ainda pode ser.

quem gosta de histórias em quadrinhos deveria experimentar esse livro ao invés de só chafurdar na mesmice super-heroística que é o que podemos encontrar nas bancas hoje em dia.

ao invés de investir 60 paus em literatura descartável (e é, por mais que se use o artifício da continuidade pra dar impressão contrária) comprar este livro e descobrir por que o joe quesada chamou o autor, jonathan lethem, pra escrever uma nova versão de OMEGA THE UNKNOWN.

os caras querem legitimizar os super-heróis de qualquer jeito.

não que eu tenha qualquer coisa contra o gênero (e poderia ter, acredite), mas chega uma hora que não dá mais.

as exceções são raras e desaparecem no ar como fumaça de cigarro.

o último gibi de ação que li e que valeu à pena foi STREET ANGEL. ação gonzo no melhor estilo BADGER. ninjas e o geologista mais mortal da terra são um brinde.

e hoje desencavei mais livros de divulgação de física.

tem alguma coisa se projetando no horizonte, vindo diretamente dos recessos de meu subconsciente pra assombrar, com alguma sorte, o consciente dos outros.

Tuesday, May 22, 2007

violência

lembro como se fosse hoje de um dia estar numa livraria e meio que ser intimidado a assinar um documento que pedia a cessação de toda violência.

lembro de dizer que precisamos de violência.

isso foi em outra vida. pra cê ter idéia de quanto tempo faz.

suficiente pra querer fazer uma autocrítica retroativa. eu deveria ter sido mais aberto à idéia, menos preconceituoso com o conceito. sim, soa repetitivo. parece repetitivo. ficou repetitivo.

enfim, apesar de ainda achar que a idéia da violência continua sendo válida, acho também que só a idéia já deveria ser motivo bastante pra fazer as pessoas mudarem seus posicionamentos sem necessidade de colocá-la em prática.

a prática da violência pode ser algo tremendamente aborrecido.

gosto desse ambiente de idéias por mais rarefeito que seja.

Sunday, May 20, 2007

no fear

homenagem tardia ao RASMUS-cabelo-de-corvo e todo esse rock.

sem saber o que fazer a seguir. interessado num par de idéias já vencidas mas que ainda podem render qualquer coisa que não resulte em dor de cabeça.

que mais?

assistindo à 2ª temporada de ROMA e curtindo toda a violência de tempos idos sem ter que me sujar de sangue. a única série que restou na tevê que me faz a cabeça, talvez, por seu princípio naturalista, intriga política e personagens irascíveis.

no lado literário desenterrei um livro do doc nick herbert que casa perfeitamente com minha viagem atual através das realidades possíveis. REALIDADE QUÂNTICA. lendo nos quadrinhos a segunda palavra do título se saca sem dificuldade que os caras que os escrevem sequer passaram perto de um livro de vulgarização desses.

por que não dizer que o cara tal solta raios e pronto? se você não sabe porra nenhuma a respeito dos quanta, deixa o conceito sossegado, porra!

Saturday, May 19, 2007

txts

minha satisfação atual com o material de leitura me manteve/manterá afastado da produção por algum tempo. como quando se chega num nexo em que tudo que se quer dizer já foi/está sendo dito por outrem, daí a falta de necessidade de malhar em ferro frio.

é uma sensação das melhores.

parece uma sensação das melhores.

é uma sensação de merda.

parece uma sensação de merda.

a única coisa que me move/capaz de me mover em direção ao teclado é a superstição.

o medo.

do indizível.

e coisas assim.

meus sonhos atuais com lugares idílicos ajudam a manter a melhor sensação de merda possível.

Sunday, May 13, 2007

pop

ser pop... não significa necessariamente ser fácil, certo?

meu sonho de consumo: uma obra pop que seja ao mesmo tempo um desafio intelectual.

se existe?

eis a questão.

o que me fez pensar nisso?

OS JARDINS DE KENSINGTON e a tonelada de referências que permeiam suas páginas.

afinal, referência é um negócio bom ou ruim?

claro que vai depender do leque, do repertório do leitor.

então, o que faz um livro (filme, hq, o diabo) ser bom não são as doses homeopáticas ou cavalares de referências, mas sua capacidade de assimilar e relacionar informações outras, pra além da obra que lê no momento.

o hipertexto chegou à literatura.

Saturday, May 12, 2007

clichê

aí pensei em escrever algo como 'acendo um cigarro' enquanto pensava no que de fato gostaria de escrever. e nada me ocorreu.

o silêncio?

deve-se ao fato de eu ter atingido mais uma vez aquela combinação mística de textos diversos que preenchem minha necessidade de grafar palavras porque dizem mais do que consigo dizer.

acendi um cigarro, a propósito.

o ato, em si, tem um significado ou teve um significado em algum momento... houve uma época em que era cool fumar. hoje em dia é mais cool ainda gastar neurônios pensando em como o filme OBRIGADO POR FUMAR ressuscitou o gênero do filme-metralhadora-verbal com louvor. até ando à procura do livro, apesar de não ter idéia de quando seria o momento adequado de lê-lo ou se o teria.

estou me encaminhando lentamente pro time dos desistentes nessa coisa de ficção. mais alguns anos e paro. se não for parado primeiro.

Monday, May 07, 2007

paralelo

a idéia mais interessante que me atingiu hoje nada tem a ver com as histórias de crime em que me habituei a buscar inspiração.

é a super-terra que orbita gliese 531.

são os universos paralelos precognizados em 'hiperespaço', de michio kaku.

e como isso tudo tem a ver com túneis de realidade. em particular, com a realidade inédita de vanessa desde que saiu do poço. ela a vem recriando pra conformá-la à sua nova imagem ou auto-imagem e as coisas têm desandado pra quem não tem nada com o andor.

pra quem morreu em sua companhia (só uma pessoa, ao que consta) as coisas estão ficando melhores. segundas chances e todo esse jazz.

assim que tiver eliminado uma ou outra pendência incômoda (textos de divulgação ou teoria pura) vou tentar me dedicar novamente à coisa de 'inventar' histórias.

gosto disso.

torna o processo todo muito mais leve se pensar-se nele desse jeito singelo.

inventar.

mentir.

fazer crer.

uma das próximas peças ficcionais que quero desenvolver tem um protagonista duvidoso. minha intenção é fazer com que o leitor se identifique com o sujeito 100% e então, bom, então tirar todo o chão de sob seus pés.

não vou precisar inventar praticamente nada. a história caiu no meu colo pronta. só falta digitar.

Sunday, May 06, 2007

página

em branco. pra começar.

a chatice maior não é ter a página em branco... não é o vazio de idéias que atrapalha. é o excesso.

estou cozinhando 3 ou 4 histórias diferentes ao mesmo tempo sem saber qual atacar primeiro ou que formato adotar no ataque, que linguagem ficaria melhor com cada um dos temas.

a outra coisa: reparei na recorrência atual das realidades onírico-traumáticas nos roteiros que escrevi desde o último ano. BORBOLETA, ATMAVICTU e POÇO poderiam ser reunidas numa coleção com o título ESTADOS ALTERADOS.

agora que meio que completei o ciclo (3 histórias) é provável que me volte pra mais notícias de jornais e similares. afinal foi de uma assim que apareceu HERÓIS. na escrivaninha, a primeira página da irmã dessa história está esboçada. tô chamando provisoriamente de VILÕES e é aquela que falei que deve ter uma abordagem clichê.

e por hoje é só.

segredo

não tem, é o que quero dizer.

é só relaxar.

depois de um longo e blá-blá-blá inverno, abri o .doc de POÇO, que originalmente seria uma série de histórias nem sempre autocontidas e refiz boa parte do trajeto até ficar com uma história só que tem personagens que poderão ser revisitados no futuro (se der vontade).

o dia hoje foi dedicado quase exclusivamente à burocracia do serviço do mundo secular e ainda tô pensando no que vou fazer com os minutos de folga que me restam.

a semana que começou hoje vai ser daquelas, agitadas, com várias saídas e talvez sem sobra de tempo pra fazer muito mais que me lamentar.

mas não tô no mood de lamentação, então, talvez não.

pensando em como fazer uma história que conte uma novidade pra lá de velha de modo inédito.

como sei manusear relativamente bem os clichês o mais provável é que vá por essa via.

fiz roteiro de uma página no caderno depois de ter produzido um thumbnail que faz jus ao nome. a idéia é fazer o establishing shot em 4 painéis. variar os textos e tentar manter mais ou menos essa estrutura no resto da história.

escrever quadrinhos, mais que nunca, é exercício intelectual.

de verdade.

a falta que um desenhista faz...

Thursday, May 03, 2007

não importa

de onde vêm os textos? pra onde vão é questão de opção ou algo assim, depende de quem você conhece na maior parte das vezes.

de onde vêm? outra história.

experiência pessoal e intransferível: estive matutando sobre uma ou duas idéias que podem vir a render histórias. o primeiro tratamento que dou à bola nesse caso é pensar ensaisticamente. o material meio que precisa ser martelado no lugar pra se adequar ao que quero dizer.

depois de um tempo quando já tenho um ângulo claro que pode ser usado pra mirar e atirar tento me desconcentrar e criar ficção.

é isso.

deixar de pensar diretamente, pensar tangencialmente no assunto que deve aparecer de modo natural no produto ficcional.

se pensar de modo prático a ficção não acontece.

ficção é um salto de fé.

ou algo que o valha.

é claro que não estou falando do outro componente, este sim importante demais pra deixar ao-deus-dará: linguagem. mas disso já falei muito.

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