lacuna
não tenho um cigarro pendendo entre os lábios. ele está em seu devido lugar, no cinzeiro, junto com tantas outras guimbas fumadas. agora está entre os lábios e me esforço pra que a fumaça não entre em meus olhos, irritando-os.
percebi depois de ler os últimos posts que tenho sido lacunar na hora de escrevê-los, pra dizer o mínimo. escrever assim pra depois ler é mais ou menos como experimentar a visão de mundo de outra pessoa.
sim.
há pontos que são pensados mas não expostos. palavras que deveriam emergir e ficam só subjacentes. subtexto. entrelinhas.
e me pergunto: é interessante ler o processo pela metade? é legal estar no vácuo? dar o chute no vácuo com joelhada?
alguém quer saber, quer tentar adivinhar, é capaz de refazer os mesmos circuitos que meu cérebro já fez pra chegar no amálgama de palavras a que chegou na tentativa futil de comunicar o que quer que seja o assunto da vez?
é trabalho demais.
acho.
mas é o tipo de trabalho que compensa, que vale o esforço.
se não, quem leria thomas pynchon?
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